Reflexões do Web Summit Rio – com ou sem vista para o Cristo

Fernanda Sardas - Especialista em Inovação
No final de abril aconteceu o Web Summit Rio 2025, um dos eventos mais grandiosos do universo da inovação. Foram vários dias de ativações, startups apresentando soluções, investidores em modo garimpo buscando novos unicórnios, muitas palestras e ainda mais networking. Só faltou mesmo a vibe carioca — porque dentro do RioCentro não tinha brisa do mar, nem sombra do Cristo Redentor.
O assunto da vez? Inteligência Artificial. Quase todo discurso passava, em algum momento, pelo tal “powered by AI”. Mas o tom que mais ecoou foi o de “IA como ferramenta” — um jeito quase terapêutico de acalmar a ansiedade coletiva de que a IA vai roubar nossos empregos. Um colega fez uma analogia ótima: “as calculadoras não acabaram com os matemáticos”. E é isso. IA é apoio, não ameaça. É um atalho, não um substituto.
Outro ponto forte foi a ideia de marcas construindo narrativas autênticas para gerar conexão de verdade com seus públicos. Em tempos de desinformação em escala industrial, é natural que busquemos histórias reais, que toquem os corações.
A marca que entende sua tribo (sim, esse termo voltou com força!) e se comunica com verdade, sai na frente. De um lado, a IA mal usada pode espalhar caos e fake news. Do outro, a conexão humana segue como bússola emocional das relações.
Falando em conexão, outro tema que apareceu com força foi a diversidade — de pensamentos, culturas, raças e histórias. A inovação pede isso! Incluir diferentes perspectivas não é só discurso bonito: é o que gera ideias melhores, mais completas e sustentáveis. Enquanto algumas nações caminham na contramão, tentando homogeneizar o pensamento, eventos como o Web Summit reforçam a importância de criar espaços onde as diferenças convivem e se complementam.
No fim das contas, saí de lá com mais perguntas do que respostas — como todo bom evento de inovação deveria provocar! E a certeza de que, com ou sem IA, sem pessoas diversas, conectadas e verdadeiras, nenhuma transformação se sustenta.